sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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E se não é pela arte
Por que a alma pesando o corpo?

(Aureo Gandur)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Samba Biruta

Por onde navega o guri, o meu fugaz moreno?
Biruta,me escuta, sua boca escorreu-me um terno veneno
Por que terra o varão esparrama o seu suntuoso melado?
Suspeito, em outro peito, porem por respeito só ajuíza ao meu lado

Senhor do meu surto, titulo do tumulto que furta meu sono
Vago tão sem bagagem, árida, solta na estiagem, lousa fraca sem ti

Não há fundo no mundo se ausência na linha da palma morar
O afeto é assim, zomba aos berros de mim, por não saber te assentar

O meu lado flor, hoje é fruta de dor, manga amarga, angustia do pomar
Rastro triste deixo ao chão, as cegas nesse vão, solidão é meu lar

Ingênuo

A minha moça tem fugido
Morena plagia meu ar
Sai noturna, poetiza
Aos astros notar

Antes acanhada
Com o bailado perdido
Hoje improvisa poemas
A me intitular de inimigo

Outrora cantava miúdo
Agora esquece o que fiz
Berra comigo doída
Se não a faço “primeira atriz”

Eu a deixo se retirar
Criatura ainda não percebeu
Que em nossa casa é estrela maior
E não há igual amor ao meu

Amanhar no meu eterno
Menina semente de fina flor
Ao adolescer sua saudade
Acolha a minha dor

Tenho demorado tardar
Sem ti, maldoso ser feliz
As imediatas não falam
Dos cantos que a neguinha me diz

CAIO SÓH

Eu quero ter seis anos pra pedir para o papai Noel meus vinte anos de volta!

Correio-Deselegante

Não tenho juízo para poupar o que eu sou
Saio pausado com vultos estranhos
Tenho alastrado dilemas ao ninguém

Caio no sono absoluto sem ninho
Abluo os lustres de um teto sem Deus
Sigo seco, em um infalível não

Fraqueza baila um silêncio companheiro
Frestas alumiam o dom dessa desesperança
Herança que ganho de um menino tropeço

Bendizer descrente.
Resta a mente, contramão.
Abarrotado desse tão, meu furor desengano

Ser-tão, façanha da solidão
Desleixado riacho banha as sombras da bravura
Aguda dor sela o beijo do desencontro

Nado no vento, sem crença no desgosto dos cães
Ninguém paquera Deus sem entreter o Diabo
Fardo é o riso dos másculos medrosos.

caio sóh

Batalhas

Meu sonho triste sem rito se vai
não finco o vento ao Sol de um velho cais
vão largo aconchega o tanto faz
em um santo canto encontro o jamais

Entre tantos pontos guardo o que possuo
tão torto o pranto navega nesse tumulto
lado errado, o solto quebra onde fluo
exato e morto meu voar, é o que destruo

Essa coragem que me cega as dores
linda estação de lavrar os amores
Melan-alcoólico jeito de perder as flores
rasgo dom com o suicidar das cores

A vida em preto e branco.

Caio Sóh

3/07/10

domingo, 20 de junho de 2010



"when birds singing
sounds so annoying
violets and roses so snoby
you give death a whole new meaning
you give death a whole new meaning"

Foto: Aureo Gandur
Texto: Tomaz Lenz

quinta-feira, 3 de junho de 2010

big bang
nosso amor se dá
bem no mangue
veja a flor brotar
seja onde for
nosso sangue
nem sequer a dor
bang bang
quem vai separar
uma gangue
já ninguém mais pode
contra o nosso amor
quando, amém, explode

fred sommer