domingo, 27 de dezembro de 2009

Solidao (caio sóh)

Solidão, enfastiada de vagar abatida, jururu, pelos becos soturnos do rubro peito; notando o meu viver apenas pelas frestas do encurtado universo que me trancafiava, arquitetou uma coragem ilícita de me fazer censurar os sonhos superficiais que até ontem me guiavam por um calunioso caminho que me induzia pra bem longe do palácio aonde cobiço me tornar alteza de mim.
Solidão que antes não teimava palpitar sobre a existência desse povo excêntrico que enfeza o meu ser, muito menos se aventurava sapatear rechonchuda com sola quente sob meus frágeis anseios de ser lúcido. Idealizou em uma alquimia desastrada, a fórmula de me desvendar a face aos espelhos mais claros e aguerridos que um homem pode se avistar. Nessa troca de olhares do meu estado escuro de ser um falso são, e a iluminação de se saber ser só, nessa trombada do bem e do mal, fez de tudo que sustentara o desespero de alguém sem saída até ali, transformar-se em uma razão de plástico e todo alento de encontrar-se passou a deixar pegadas de ouro em direção a terra aonde meus bichos de verdade poderão ser livres e desvairados. O meu tudo, do mundo nada mais anseia. Nenhum movimento, ou algum tipo de cavaqueira com esse sucesso que os homens indiferentes a si buscam.
Solidão ancorou todo o seu sentido no ventre da minha alma, e quem até hoje abrolhava diariamente insatisfação, viu desabar do céu um temporal de paz, e ali a sanidade enfim lavou-se, fez-se fonte de seiva para minha criatura mais luminosa.
Solidão hoje é a ditadura charmosa do meu embananado povo, anjo da guarda de todas as minhas faces, do meu Eu antes ateu, se fez divina.

Solidao

Solidão, enfastiada de vagar abatida, jururu, pelos becos soturnos do rubro peito; notando o meu viver apenas pelas frestas do encurtado universo que me trancafiava, arquitetou uma coragem ilícita de me fazer censurar os sonhos superficiais que até ontem me guiavam por um calunioso caminho que me induzia pra bem longe do palácio aonde cobiço me tornar alteza de mim.
Solidão que antes não teimava palpitar sobre a existência desse povo excêntrico que enfeza o meu ser, muito menos se aventurava sapatear rechonchuda com sola quente sob meus frágeis anseios de ser lúcido. Idealizou em uma alquimia desastrada, a fórmula de me desvendar a face aos espelhos mais claros e aguerridos que um homem pode se avistar. Nessa troca de olhares do meu estado escuro de ser um falso são, e a iluminação de se saber ser só, nessa trombada do bem e do mal, fez de tudo que sustentara o desespero de alguém sem saída até ali, transformar-se em uma razão de plástico e todo alento de encontrar-se passou a deixar pegadas de ouro em direção a terra aonde meus bichos de verdade poderão ser livres e desvairados. O meu tudo, do mundo nada mais anseia. Nenhum movimento, ou algum tipo de cavaqueira com esse sucesso que os homens indiferentes a si buscam.
Solidão ancorou todo o seu sentido no ventre da minha alma, e quem até hoje abrolhava diariamente insatisfação, viu desabar do céu um temporal de paz, e ali a sanidade enfim lavou-se, fez-se fonte de seiva para minha criatura mais luminosa.
Solidão hoje é a ditadura charmosa do meu embananado povo, anjo da guarda de todas as minhas faces, do meu Eu antes ateu, se fez divina.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ruth

lembro de ti
pedindo perdão por mais
uma dia de solidão
me lembro feliz
das noites de vendavais
procurando tua mão
vem e me diz
quem cuida dos teus papéis
dos calos dos teus pés
da tosse e da bebedeira
tudo o que fiz
sem esperar anéis
nem volta antes das dez
ou uma nova geladeira
e quem te vê
quem te viu pelos bordéis
já nem sei mais quem tu és
tão magro assim
de barba por fazer
quem há de ter dó
e quanto a mim
não me olha de revés
disponho de alguns mirréis
sou minha e se queres saber
não sou mais tão só

letra fred sommer
musica aureo gandur

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quando fui chuva - música de Caio soh e Luis Kiari interpretada por Maria Gadu e Luis Kiari

Nos olhos dela (letra e música / Luis Kiari)

Há um lado triste de olhar
No olhar que me vê rumar

Há um medo a sorte
Que o dia trará
E o rio nos olhos dela
A tarde nascerá

Com os lábios de mãe
Canta o adeus
Uma estrela vai luzir no mar
E eu voltarei aos braços seus

Num facho de luz
A vida seduz
E o pobre menino
Preso ao destino
vai

A brisa (letra e música / Luis Kiari)

Nem as folhas do pinheiro
Nem as velas do veleiro
Nem as roupas se agitaram
Vento forte não soprou

Ondas cheias de poesia
Burburinho e calmaria
Como nuvens se espalharam
E de acalmar quase parou

Pelas bocas das janelas
E das portas entreabertas
Por buracos, fechadas
De fininho e sem bater

Entro leve escorridia
Flutuou, não fez folia
E coberta de magia
Não se fez deixar-se ver

Deslizou sobre o piano
Tão macia quanto espuma
Flutuou como uma pluma
Feito bola de sabão

Trouxe o sonho das estrelas
Num voar de borboletas
E a lua companheira
Amarada num cordão

Brisa da manhã
Rainha do mar
Sopre um vento lento
Faça ele girar
Leve como um sonho
E frouxo pelo ar

Brisa da manhã
Rainha do mar
Sopre bem macio
Venha acalmar
Minhas madrugadas
Venha perfumar

abajour

lua lava o mar
e a onda entorna na rotunda
mornas paixões
e aguarda outro sinal

flor do anoitecer
que a réstia não se esconda
entre os lençóis
do novo dia

lua lava o mar
e a bruma esfrega nas espumas
mega paixões
prepara um bom final!

flor do anoitecer
de pétalas e plumas
me atiro em ti
nos teus faróis

nem sequer a maré
pode com o amor e seu vaivém

letra fred & luis
música fred, luis & toni